Evangelho (Mc 6,30-34) - Naquele momento, os apóstolos reuniram-se em torno de Jesus e contaram-lhe tudo o que tinham feito e o que tinham ensinado. E ele lhes disse: “Venham, sozinhos, para um lugar deserto e descansem um pouco”. Na verdade, eram muitos os que iam e vinham e nem tinham tempo para comer. Depois foram no barco para um lugar deserto, separados. Mas muitos os viram partir e compreenderam, e de todas as cidades correram para lá a pé e os precederam. Ao descer do barco, viu uma grande multidão, teve compaixão deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor, e começou a ensinar-lhes muitas coisas.

O comentário ao Evangelho de Monsenhor Vincenzo Paglia

Os Apóstolos voltam para Jesus e contam-lhe o que fizeram e ensinaram. Esta imagem é linda e retrata a familiaridade dos Apóstolos com Jesus e a alegria de poder contar-lhe o que aconteceu. A força da palavra de Jesus que muda, cura, salva do mal, precisa de momentos passados ​​com Jesus, caso contrário permanece um entusiasmo passageiro. Às vezes faltam as bases. Falta a força vital que dá vida à ação dos cristãos. Assim acabamos sendo dominados pelo momento, pelas sensações, pelo sucesso ou fracasso. Ficamos entusiasmados e depois ficamos deprimidos ou desanimados. Por isso, Jesus não está satisfeito com o bom andamento das coisas e diz aos seus discípulos: “Venham, só vocês, para um lugar deserto e descansem um pouco”. Esse descanso é o descanso da escuta e da oração. “Separar-se” é o convite diário de Jesus para estar com ele. Quando Jesus “estabeleceu” os Doze, o grupo dos Apóstolos, diz-se que primeiro deviam “ficar com ele”. Estar com Jesus é a primeira tarefa de quem é chamado a ser seu discípulo. Toda iniciativa, mesmo que bela, que não se baseie na escuta e na oração, não trará consigo a força que vem do estar com Jesus. Por isso devemos nos perguntar quanto tempo dos nossos dias passamos com o Senhor, em oração, em meditação da Palavra de Deus, antes da Eucaristia. A Igreja nos oferece muitas maneiras de “estar com Jesus”. Somente aqueles que estão com ele terão o pão necessário para alimentar a multidão de necessitados do nosso mundo, caso contrário permanecerão impotentes e sem respostas.