Dia de Todos os Santos
M Mons. Vincenzo Paglia
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Evangelho (Mt 5,1-12a) - Naquele tempo, vendo as multidões, Jesus subiu ao monte: sentou-se e os seus discípulos aproximaram-se dele. Começou a falar e a ensiná-los, dizendo: «Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão satisfeitos. Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles receberão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois vós quando vos insultarem, perseguirem e, mentindo, fizerem todo tipo de mal contra vós por minha causa. Alegrem-se e regozijem-se, pois grande é a sua recompensa no céu."

O comentário ao Evangelho de Monsenhor Vincenzo Paglia

«Hoje você nos dá a alegria de contemplar a cidade do céu, a santa Jerusalém que é nossa mãe, onde a assembleia dos irmãos glorifica para sempre o seu nome». Assim canta o prefácio da Festa de Todos os Santos. «Santo» significa «separado»: os santos formam um povo separado daqueles que se deixam seduzir pela guerra e pela violência. Um povo chamado a gritar pela paz em todos os lugares. Como que para tornar presente a Jerusalém do céu já agora. A santidade não é uma qualidade moral boa ou menos boa, a santidade é antes de tudo uma dimensão histórica, é a realidade de estar separado do poder do mal, do pecado, da violência destrutiva. A santidade não é um caminho individual nem uma recompensa por méritos adquiridos. Santidade é sermos filhos desta mãe, membros desta sagrada Família, participantes da vida deste povo que é a Igreja. Não um parêntese da própria existência, mas permanecendo na condição de filhos, sabendo muito bem, como diziam os Padres da Igreja, que “não se pode ter Deus como Pai se não se tem a Igreja como Mãe”. Contemplemos com gratidão o rosto desta mãe, olhemos com amor agradecido os rostos dos irmãos que nos foram doados, encontremos o olhar dos pobres e dos fracos que o Senhor nos pede para amar e servirmos como irmãos, alarguemos o olhar sobre os inúmeros amigos que nos acompanham na nossa peregrinação rumo ao destino que já nos foi mostrado. Esta mãe, também através dos nossos irmãos e irmãs que nos precederam e cujos nomes estão escritos no coração de Deus, já vive na Jerusalém do céu. Nesta visão escrevemos os nossos nomes e continuamos a caminhar juntos no caminho que esta santa mãe nos mostra: o caminho da santidade, que conduz à cidade da paz.