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Evangelho (Jo 6,51-58) - Naquele momento, Jesus disse à multidão: «Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer deste pão viverá para sempre e o pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo”. Então os judeus começaram a discutir amargamente entre si: “Como pode este homem dar-nos a sua carne para comer?” Jesus disse-lhes: “Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é a verdadeira comida e o meu sangue é a verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim quem me come viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu; não é como o que os pais comeram e morreram. Quem comer deste pão viverá para sempre”.

O comentário ao Evangelho de Monsenhor Vincenzo Paglia

Jesus, com o tema do banquete, recolheu as páginas da Escritura e as completou; ele afirma que o pão do banquete é ele mesmo, seu corpo. «Como pode este homem dar-nos a sua carne para comer?». Eles discutiram o que ele quis dizer com essas palavras. A linguagem de Jesus é muito concreta, a ponto de ser escandalosamente grosseira. «Carne e sangue» indicava o homem inteiro, a pessoa, a sua vida, a sua história. Jesus oferece-se aos seus ouvintes; poderíamos dizer, no sentido mais realista do termo, que ele se oferece a todos. Jesus verdadeiramente não quer guardar nada para si e oferece toda a sua vida pelos homens. A Eucaristia, este dom que o Senhor deixou à sua Igreja, realiza a nossa comunhão misteriosa e muito real com Ele. Paulo diz energicamente aos cristãos de Corinto: «O cálice de bênção que abençoamos não é a comunhão com o sangue de Cristo? E o pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo?” (1Cor 10,16). Infelizmente, quantas vezes cedemos a esse hábito cansado que também priva quem se aproxima da Eucaristia de desfrutar da doçura deste mistério de amor. Um mistério de amor tão elevado que deve fazer com que todos pensem que são sempre e em qualquer caso indignos de recebê-lo. É uma verdade que tantas vezes esquecemos. É o Senhor que vem ao nosso encontro; é ele quem se aproxima de nós até se tornar comida e bebida. A atitude com a qual devemos aproximar-nos da Eucaristia deve ser a do mendigo que estende a mão, do mendigo do amor, do mendigo da cura, do mendigo do conforto, do mendigo da ajuda. Histórias antigas contam que uma mulher foi até um pai do deserto confessando-lhe que era assaltada por terríveis tentações e que muitas vezes era dominada por elas. O santo monge perguntou-lhe há quanto tempo ela não comungava. Ela respondeu que já fazia muitos meses que não recebia a Sagrada Eucaristia. O monge respondeu dizendo mais ou menos estas palavras: “Tente não comer nada por tantos meses e depois venha me dizer como você se sente”. A mulher entendeu o que o monge lhe dissera e começou a comungar regularmente. A Eucaristia é alimento essencial para a vida do crente, é aliás a sua própria vida, como afirma o próprio Jesus, encerrando o seu discurso: «Assim como o Pai, que tem a vida, me enviou e eu vivo para o Pai, assim também ele quem me come viverá por minha causa”.