Evangelho (Lc 10,13-16) - Naquele momento, Jesus disse: «Ai de você, Corazim, ai de você, Betsaida! Porque se os milagres que aconteceram entre vocês tivessem ocorrido em Tiro e em Sidom, eles já teriam se convertido há muito tempo, vestidos de saco e cobertos de cinza. Bem, no julgamento, Tiro e Sidom serão tratados com menos severidade do que você. E você, Cafarnaum, será porventura elevado ao céu? Você vai cair no inferno! Quem te escuta, me escuta, quem te despreza, me despreza. E quem me despreza, despreza aquele que me enviou."
O comentário ao Evangelho de Monsenhor Vincenzo Paglia
Hoje celebramos a festa de São Francisco de Assis, recordando a sua morte, ocorrida na noite de 3 de Outubro de 1226. Nele, o Evangelho tornou-se fermento de fraternidade universal. A página evangélica que a liturgia nos oferece nesta festa relata uma das orações de Jesus: é o agradecimento de Jesus ao Pai porque se inclinou sobre os pequeninos, revelando-lhes o mistério do seu amor salvífico, mistério escondido durante séculos e que nem mesmo os sábios poderiam compreender se o próprio Deus não o tivesse revelado: Deus amou tanto o mundo que enviou o seu próprio Filho para salvar os homens do poder do mal e da morte. E agradou ao Pai salvar os homens, começando pelos mais pequenos e mais fracos. É o "privilégio dos pobres", de que fala a história bíblica desde as primeiras páginas e que ainda hoje está presente na vida dos discípulos de Jesus. O Papa Francisco nunca deixa de nos recordar com o seu próprio exemplo. Precisamente por isso escolheu o nome do santo de Assis, que ainda hoje nos exorta com o seu exemplo a inscrever-nos entre os pequenos que acolheram e experimentaram este amor. São Francisco faz parte daquela longa linhagem de crentes que, como um fio vermelho, percorre vinte séculos de história cristã: a preferência de Deus pelos pobres e pelos fracos. É daqui que Deus sai para salvar o mundo. Francisco reconstituiu a antiga história dos discípulos de Jesus: eles, pessoas simples e desprezadas, foram escolhidos por Jesus como apóstolos do Reino. Através dos discípulos de hoje, Jesus continua a dirigir-se às multidões cansadas deste mundo de hoje e a dizer-lhes: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei”.